4ª Igreja do Evangelho Quadrangular - Catalão-Go-Brasil

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Como dar a seu filho o apoio emocional de que ele tanto precisa?

Existem, na verdade, vários temperamentos congênitos. Até hoje foram identificados nove deles. A pesquisa que nos forneceu esses dados foi realizada por Stella Chess e Alexander Thomas.

Esse livro foi reconhecido como um clássico, por forne-cer uma excelente contribuição às ciências do comporta-mento. Ele explica muito bem por que as crianças possuem as características individuais de que são dotadas. Ajuda também a explicar por que algumas crianças são mais fá-ceis de educar do que outras; por que algumas crianças são mais dóceis ou fáceis de tratar; por que crianças educadas numa mesma família ou em circunstâncias muito seme-lhantes podem ser tão diferentes.

Acima de tudo, Chess e Thomas mostraram que o caráter da criança não é determinado apenas pelo ambiente doméstico, mas também por seus traços pessoais. Essas informações foram bastante úteis em remover grande parte da condenação injustificada dirigida contra os pais de filhos-problema. Muitos (inclusive psicólogos) têm, lamentavelmente, o hábito de supor que os pais são responsáveis por tudo que se relaciona ao filho. A pesquisa feita por Chess e Thomas prova que algumas crianças têm mais tendência a criar dificuldades do que outras.

Vamos examinar rapidamente a pesquisa desses autores.

Foram descritos nove temperamentos, identificados num berçário de recém-nascidos. Esses temperamentos não são apenas congênitos (presentes ao nascer), mas são também características básicas da criança e tendem a continuar como parte de seu caráter. Essas características podem ser modificadas pelo ambiente em que ela vive; não obstante, os temperamentos acham-se bastante enraizados na personalidade total da criança e podem persistir por toda a sua vida. Vejamos então quais são os temperamentos congênitos.

1. Nível de atividade é o grau de atividade motora inerente à criança e que determina quão agitada ou tranqüila ela é.
2. Ritmo (regularidade versus irregularidade) é a suces-são previsível de funções, como fome, padrão alimentar, excreção e ciclo dormir-acordar (sono e vigília).
3. Aproximação ou afastamento é a natureza da reação da criança a um novo estímulo, como um novo alimento, brinquedo ou pessoa.
4. Adaptabilidade envolve a rapidez e a facilidade com que um comportamento comum pode ser modificado em resposta a uma alteração na estrutura ambiental.
5. Intensidade de reação é a quantidade de energia usa-da para se expressar.
6. Limiar de reação é a intensidade de estímulo exigida para obter resposta.
7. Qualidade da disposição (positiva versus negativa): brincalhona, agradável, alegre, amigável, em contraste com desagradável, chorosa, hostil.
8. Desvio de atenção é o efeito do ambiente estranho sobre a orientação do comportamento.
9. Período de atenção e persistência é o tempo que a criança passa em uma atividade e a continuação de uma dada atividade em face de obstáculos.

O terceiro, o quarto, o quinto e o sétimo temperamentos são cruciais para determinar se a criança vai ser fácil ou difícil de educar e cuidar. A criança com alto índice reativo (altamente “emotiva”); a criança que tende a se retrair diante de uma situação nova (a “retraída”); a criança que acha difícil se adaptar a novas situações (não tolerante a mudanças); ou aquelas que são em geral pouco dispostas. Essas crianças são bastante vulneráveis à tensão, em especial quando os pais esperam demais delas. E, infelizmente, essas crianças tendem a receber menos amor e afeto dos adultos.

A lição a ser aprendida aqui é que as características básicas da criança estão muito ligadas ao tipo de cuidados maternos e de educação que ela recebe. Ao usar esses nove temperamentos, Chess e Thomas deram valores numéricos para avaliar os recém-nascidos. Com base nisso, puderam prever claramente quais as crianças que seriam “crianças fáceis”, isto é, fáceis de cuidar e de criar, e de fácil convívio. As crianças que são difíceis de cuidar e que apresentam problemas de convívio e criação foram chamadas de “crianças difíceis”. Elas iriam exigir mais de suas mães do que as primeiras.
(...)
Ao reunir todo esse material valioso, alguns fatos muito importantes começam a surgir. Primeiro, a maneira como a criança se comporta no mundo não depende apenas do ambiente familiar e dos pais. As características congênitas básicas de cada uma delas influenciam fortemente seu desenvolvimento, progresso e amadurecimento. Esses traços também afetam e não raro determinam se a criança será fácil ou difícil de criar e quais frustrações poderão advir aos pais. Isso, por sua vez, influencia a maneira como os pais a tratam. É uma rua de mão dupla.

O conhecimento desses fatos tem sido proveitoso para muitos pais que se sentem culpados.Outra lição importante a ser aprendida pelos pais é que, apesar do tipo de temperamento congênito que a criança possa possuir, o tipo de criação (por parte da mãe e do pai) é mais importante para determinar como a criança virá a ser. Estude novamente a tabela. Embora uma criança “difícil” demande naturalmente mais esforço, o tipo de “cultivo” emocional tem maior influência no resultado final.

O cuidado dos pais pode modificar esses temperamentos congênitos positiva ou negativamente. Este livro trata justamente desse assunto. É um livro que ensina como se relacionar com seu filho para que ele venha a ser o melhor possível; como dar a seu filho o apoio emocional de que ele tanto precisa. É impossível abranger nestas páginas todos os aspectos da criação de filhos. Incluí, portanto, aquilo que considero essencial para uma educação eficaz.

É verdade que a maioria dos pais sente amor por seus filhos. Supõe-se, porém, que eles transmitam naturalmente esse amor. Esse é o maior erro cometido hoje. Muitos pais não estão transmitindo aos filhos o amor que sentem por eles, e a razão para isso é que não sabem como. Em conseqüência, muitas crianças não se sentem genuína e incondicionalmente amadas e aceitas. 

Acredito que seja esse o caso na maioria dos problemas com crianças. A não ser que os pais tenham um relacionamento básico de amor com seu filho, tudo o mais (disciplina,  amizades, desempenho escolar) se apoiará num alicerce defeituoso e os problemas surgirão. Este livro fornece as informações essenciais para estabelecer um relacionamento fundamentado em amor.

Trecho do livro "Como realmente amar seu filho" de Ross Campbell. Editora Mundo Cristão.

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