4ª Igreja do Evangelho Quadrangular - Catalão-Go-Brasil

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Como realmente amar seu filho

O PROBLEMA

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A maioria dos pais tem dificuldades para criar seus filhos. Com as pressões e tensões crescendo a cada dia sobre a família, é comum tornar-se confuso e desanimado. O aumento no número de divórcios, as crises econômicas, o declínio na qualidade da educação e a perda da confiança nos governantes prejudicam emocionalmente a todos. Os pais se esgotam física, emocional e espiritualmente, dificultando cada vez mais a criação dos filhos. Estou convencido de que as crianças são as que mais sofrem nesses tempos difíceis. A criança é a pessoa mais carente em nossa sociedade, e sua maior necessidade é o amor.

A história de Tom é familiar. Seus pais o amam profundamente. Eles fizeram o seu melhor para criá-lo, mas alguma coisa está faltando. Você notou o que é? Não, não é amor, porque os pais o amam de verdade. O problema básico é que Tom não se sente amado. Os pais são culpados? A falha está neles? Penso que não. A verdade é que o casal Smith sempre amou Tom, mas nunca soube demonstrar esse sentimento. Como a maioria dos pais, eles têm uma vaga idéia do que uma criança precisa: alimento, abrigo, roupas, educação, amor, orientação etc. Todas essas necessidades foram satisfeitas, exceto amor — o amor incondicional.  Embora o amor esteja contido no coração de quase todos os pais, o desafio é transmitir esse amor.

Acredito que, apesar dos problemas da vida moderna, todos os pais que desejem realmente dar a seu filho o que ele precisa podem ser ensinados a fazê-lo. Para que dêem aos filhos tudo o que podem no curto prazo em que eles ficam em sua companhia, todos os pais precisam saber como amar verdadeiramente seus filhos.

QUE FORMA DE DISCIPLINA É MAIS APROPRIADA?

— Lembro-me de uma ocasião em que tinha seis ou sete anos. Até hoje me sinto mal em pensar nisso e algumas vezes fico até zangado — Tom continuou em uma sessão, alguns dias depois. — Eu quebrara acidentalmente uma janela com uma bola. Fiquei com medo e me escondi até que mamãe veio me procurar. Eu achava que agira muito errado. Quando papai chegou em casa, minha mãe lhe falou sobre a janela e ele bateu em mim. — Lágrimas surgiram nos olhos de Tom.
— O que você disse então? — perguntei.
— Nada — ele respondeu, murmurando.

Esse incidente ilustra outra área de confusão no trato com os filhos, a da disciplina. Nesse exemplo, a maneira como Tom foi corrigido fez com que ele sentisse dor, raiva e ressentimento em relação aos pais, sentimentos que ele jamais esquecerá ou perdoará se não tiver ajuda. Passados sete anos, Tom ainda fica magoado ao pensar no caso.

Por que ele gravou tanto na memória esse acontecimento? Houve outras ocasiões em que ele aceitou o castigo físico sem problemas e às vezes se sentiu até mesmo agradecido. Será que é porque já estava triste e arrependido com o fato de ter quebrado a janela? Já teria sofrido o bastante com o seu erro, sem precisar de uma surra? Teria a atitude dos pais convencido Tom de que eles não o compreendiam como pessoa nem eram sensíveis aos seus sentimentos? Teria Tom necessitado naquela ocasião particular do consolo e da compreensão dos pais, em vez de castigo duro? Em caso positivo, como os pais dele poderiam saber disso? E como poderiam discernir que tipo de discipli-na era mais apropriada naquele momento?

Qual a opinião de vocês, que também são pais? Devemos decidir com antecedência que atitude comumente
vamos tomar ao criar um filho? Acham que devemos ser firmes? Até que ponto? Devemos aplicar castigo toda vez que nosso filho se comporta mal? Sempre o mesmo tipo de castigo? Em caso negativo, quais as alternativas? O que é disciplina? Disciplina e castigo são sinônimos? Devemos estudar uma escola de pensamento — e nos apegarmos a ela? Ou será bom fazer também uso do bom senso e da intuição? Um pouco de cada? Quanto? Quando?

Essas são perguntas que perseguem todo pai responsá-vel hoje em dia. Recebemos informação de todos os lados, na forma de livros, artigos, seminários e institutos, sobre como educar nossos filhos. As abordagens variam desde beliscar as costas da criança até oferecer doces como recompensa.

Em resumo, como poderiam os pais ter agido nessa situação de modo a disciplinar Tom e manter, ainda assim, um relacionamento cordial e amoroso com ele? Vamos discutir este ponto difícil mais tarde.

Estou certo de que todos os pais concordam que criar filhos hoje é bastante difícil. Um dos motivos é que, em grande parte do tempo, a criança fica sob o controle e influência de outros, por exemplo, escola, igreja, vizinhos e amigos. Por isso, muitos pais sentem que, por mais que se esforcem, tudo o que fazem tem pouco efeito sobre a criança.

O OPOSTO É VERDADE

Mas o que ocorre é justamente o oposto. Todos os estudos que tive ocasião de ler indicam que o lar sempre vence. A influência dos pais supera tudo. O lar é o fator que determina até que ponto a criança será feliz, segura e estável; a maneira como ela irá conviver com os adultos, amigos e estranhos; quanto o jovem vai confiar em si mesmo e em suas habilidades; quão afetuoso será ou quão indiferente; como ele vai reagir às situações incomuns. O lar, então, apesar das outras influências exercidas sobre a criança, continua sendo a mais importante.

Mas o lar não é a única coisa que determina o que a criança vai ser. Não devemos cometer o erro de culpar totalmente o lar por todos os problemas e decepções. A fim de ter uma visão justa e completa, penso que devemos observar a segunda maior influência exercida sobre a criança.

Trecho do livro "Como realmente amar seu filho" de Ross Campbell. Editora Mundo Cristão.

Um comentário:

  1. Nossa que alivio! Quando comecei a ler pensei que estava errada no meu modo de agir, mas é exatamente o que penso! Obrigada prima!
    Taciana Luzia Silva Lima

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