4ª Igreja do Evangelho Quadrangular - Catalão-Go-Brasil

terça-feira, 31 de julho de 2012

A Alma Humana e sua Dimensão Emocional

“E formou Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feio alma vivente.”
Gênesis 2.7

À luz de Gênesis 2.7, o sentido básico de alma (hebraico nephesh e grego psychê), cuja origem está em Deus, significa “vida”, bem como outras formas de vida (Gênesis 1.20-21 e 24; Levítico 17.11). O termo hebraico normalmente se refere à pessoa humana como um todo, o ser vivente. É só ver que em Gênesis 1.21 tanto o homem como os animais foram chamados de “alma vivente”.

O homem foi feito corpo (sua relação física), alma (o centro de suas emoções e reações com o mundo externo), e espírito (o sopro de Deus, a parte divina). A alma eo espírito compõem o homem interior com suas emoções, sentimentos, volição, conhecimento, intelecto e outros atributos espirituais. Quando a Bíblia utiliza o termo psychê, em 1 Tessalonicenses 5.23, junto com pneuma (espírito), está meramente descrevendo a mesma substân-cia imaterial do homem: o homem interior.

A Alma não Existe à Parte do Corpo

A união da alma com o corpo foi feita pelo próprio Deus na criação do homem. Tal união só será desfeita com a morte, quando a alma continua sua existência, na dimensão espiritual, enquanto que o corpo se desfaz. Essa união estabelece contato com o mundo por meio do corpo (o sentir, o pensar, o exercer vontade e outros atos inerentes à alma). O corpo se torna instrumento da alma, pois ela exerce diversas funções através do corpo, tais como: visão, audição, paladar, olfato e tato.

Portanto, “a alma pode significar a pessoa por inteiro, viva ou depois da morte; pode designar a parte imaterial de uma pessoa com seus diversos sentimentos e emoções; e é um importante enfoque da redenção e do crescimento espiritual”. E mais: “A alma inclui o intelecto, que nos ajuda no presente estado de existência e as emoções, que procedem dos sentidos. Visto que a alma pertence ao próprio ego do homem e revela sua personalidade; ela é denominada a parte da ‘autoconsciência’”.

O fato é que alma é a vida do corpo. Ela representa a nossa personalidade, nossa individualidade, nosso “verdadeiro Eu” – eu mesmo. Portanto, cada alma distingue-se uma da outra. Mas, como diz o escritor Silas Daniel: “A alma, em sua essência é ambígua, cheia de contradições e conflitos. Podemos encontrar outro exemplo disso na questão das preferências da alma. Notadamente, a alma varia nas suas atitudes. Ela gosta de fazer ‘altares’ para seus ídolos e desfazê-los com a mesma rapidez que os produziu. A alma tem seus amores e inimigos, mas, pode, de repente, promover um de seus inimigos como o novo amor e um de seus amores como seu novo inimigo. Ela se apaixona facilmente por coisas e seres com a mesma intensidade com que os trai. A alma normalmente é vacilante, indefinida”.

A Inteligência Emocional Humana
 
Como vimos, o primeiro sentido da palavra alma é a pessoa física, ou corpo. No ato da criação, a Bíblia diz, o homem foi feito “alma vivente” (Gênesis 2.7). Isto é, a alma como personalidade, ser pensante, racional.

Mas “do ponto de vista psicológico, a alma significa mente, que é o conjunto das funções psíquicas e dos estados de consciência do ser humano. Embora não tenha realidade física ou material, todavia, é a sede dos processos mentais que determinam o comportamento, que são manifestos diante do meio social através das
ações, atitudes, gestos, expressões e linguagem”. Como afirma Severino Pedro: “Mente, indica-se o centro de nossas atividades e passividades mentais. Existe, portanto, diferença na ‘mente’ (literalmente, entendimento) de um santo e a ‘mente’ de um pecador. Mas uma boa mente é o pré-requisito para um bom coração”.

A“alma vivente” a que se refere Gênesis 2.7, consiste na imagem e semelhança de Deus no homem, com suas características racionais e morais. É a nossa inteligência emocional, expressa por meio do corpo, e que abriga três faculdades: vontade, intelecto e emoções:

1) Vontade (Salmo 27.12; Jó 7.15; Jeremias 44.14; Ezequiel) – instrumento para nossas decisões e revela o poder de escolha. É a aptidão para fazer escolhas e dirigir atividades. Estes textos que às vezes aparecem como “coração” falam da vontade humana, que tem a alma. A vontade é a faculdade de representar mental mente um ato que pode ou não ser praticado em obediência a um impulso ou a motivos ditados pela razão. Todavia, a vontade humana não é absoluta. Não age de forma autônoma. Existe um poder superior sobre ela. Em Romanos 7.19, a “carne” age como um poder de persuasão contrapondo-se aos motivos da justa vontade. Associada à vontade está o livre arbítrio, que nos permite decidir segundo a nossa consciência.

2) Intelecto (Provérbios 19.2; Salmo 13.2; Ezequiel 24.25) – está relacionado à nossa mente, a parte que pensa, raciocina, decide, julga e conhece, de onde surge a sabedoria, o conhecimento e o raciocínio. O intelecto não pode ser confundido com o cérebro, que consiste num órgão físico. Fala da faculdade que nos
possibilita perceber a realidade por meio da compreensão e adaptação a novas situações que a vida nos impõe, mediante a reestruturação dos dados apreendidos no mundo real. Estão ligadas ao intelecto humano, a imaginação, a memória e a razão. Com a imaginação idealizamos e projetamos as coisas. Com a memória, armazenamos no cérebro os fatos do passado e presente. Com a razão, pensamos, compreendemos e julgamos, fazendo distinção entre o certo e o errado, o falso e o verdadeiro.

3) Emoções (1 Samuel 18.1; Lucas 1.46) – implicam em nossos gostos, simpatias, antipatias. As várias emoções do homem, tais como: “odiar”, “amar”, “desejar” coisas boas ou más, são sempre reações exercidas por meio da alma e conhecidas por meio do corpo. Aliás, é pelas emoções que expressamos amor ou ódio, alegrias ou tristezas, ira ou felicidade. Essas emoções falam da nossa disposição ativa em relação às coisas de ordem moral ou intelectual. O pecado deturpou os sentimentos humanos.

A alma humana, como centro das emoções e da personalidade, precisa estar em equilíbrio com o espírito e o corpo. Por vez, o corpo só terá saúde se estiver em plena harmonia com o espírito e a alma. A medicina, por exemplo, tem comprovado que a maioria das doenças (cerca de 80%) é causada por problemas de ordem emocional, como ansiedade, mágoas, ódio, ira e ressentimentos. Entre as doenças causadas por tensão emocional, estão: úlceras, colite, perda de apetite, hipertensão, arteriosclerose, trombose, impotência, frigidez, etc. Além disto, há as doenças psicossomáticas.

Trecho do livro: "Emoções saudáveis" de Josadak Lima. Editora: AD Santos

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