Por Karine Rizzardi*
Suponha-se que você ficou sabendo
que uma tia sua, já de idade e solteira, cujo patrimônio é enorme,
morreu no mês passado. Você nem sabia de sua existência, mas devido a
sua morte, você foi informado que ela deixaria toda a sua herança para
você. O valor do inventário registrado pelo advogado seria tantos bens
que garantiria o suficiente de seu sustento para o resto de sua vida. O
que você faria com o dinheiro?
- Você o gastaria? (Pois já sabe que terá suprimento para o resto da sua vida)
- Você investiria? (Aplicaria em outros negócios para aumentar a rentabilidade)
- Ou guardaria? (Poria o dinheiro na poupança e deixaria para rendimento mensal)
Escrevi
esta situação imaginária porque o ponto onde eu quero chegar não é
focado na forma como você usaria seu dinheiro, mas queria fazer uma
metáfora do dinheiro em relação aos filhos. A grosso modo, parece que
uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas há um registro histórico
que você já deve ter ouvido falar, que diz: “Herança do Senhor, são os filhos”.
Isso significa que o melhor de todos os presentes que Deus possa nos
dar são os filhos e por esta razão eu os comparei o dinheiro (herança).
É
por isso que precisamos nos questionar o que estamos fazendo com essas
riquezas: estamos guardando, estamos gastando ou estamos investindo. A
forma como lidamos com dinheiro é semelhante a forma como devemos
investir na educação de nossos filhos.
1 – Há pais que guardam suas riquezas (filhos):
Isso quer dizer que há filhos cheios de habilidades, potenciais,
criatividade, mas os pais não enxergam. Só ficam na rotina de dormir,
acordar, levar para escola, fazer a tarefa, comem e voltam a dormir,
fazendo tudo de forma mecânica. Pais que guardam sua herança e não
investem nas características boas dos filhos, certamente viverão uma
equação no futuro de verem podadas os recursos que os filhos poderiam
ter voado muito mais longe se tivessem sido estimulados.
2 – Há pais que gastam suas riquezas (filhos):
Essa certamente é a pior de todas as opções, pois só gastar, sem repor e
nem investir não é uma escolha inteligente. Os pais que se enquadram
nessa situação, são aqueles que estão ocupados demais para parar um
tempo e dar atenção aos filhos. Computador e celular sempre falam mais
alto. É a cena típica de ver a mulher fazendo comida ou cuidando da
casa, o pai assistindo tv e os filhos largados.(refiro-me as crianças de
até 12 anos).
3 – Há pais que realmente sabem cuidar de seus bens (filhos): Eles
investem na educação dos filhos. São pais que mesmo cansados priorizam o
tempo com os mesmos, fazendo-os entender a importância da boa conduta,
de brincarem juntos, tempo para conversa e tempo de família (inclui-se
todos os membros, não somente alguns). Nesses casos, os filhos sabem que
precisam cumprir suas obrigações, mas sentem os pais nutrindo-os
emocionalmente.
Independente de qual delas você se encaixa, saiba
que uma herança não se administra de qualquer jeito. É preciso dedicação
e compromisso para não ser surpreendido pelas interpéries. Por isso,
aproveite a história da sua tia rica!
*A autora é psicóloga especialista de casais e família.
Contato: karinerizzardi@hotmail.com
Contato: karinerizzardi@hotmail.com
Fonte: http://www.udf.org.br/artigos/administrar-dinheiro-e-igual-a-criar-filhos/
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