Vale a pena começarmos entendendo um pouco do
significado da palavra coração na psicologia do Antigo Testamento. Nesta
cultura, especialmente na época de Salomão, uma das acepções da palavra coração
não era algo oposto à razão ou entendimento. Para eles o coração era a sede
tanto do entendimento quanto das emoções, dos desejos, das aspirações e da
vontade.
O autor Fernando Leite diz que o sentido
associativo de coração também equivalia, entre os judeus, ao nosso conceito
associativo de cabeça. Portanto, dentro da cultura judaica, se alguém fosse
dito como sendo sem coração, isso correspondia a dizermos, em nossa cultura,
que alguém é sem cabeça.
Mas hoje atribuímos (erradamente) um significado
diferente. Ou seja: “Quando falamos comumente que tal pessoa é sem coração,
queremos dizer que tal pessoa demonstra ter pouco ou mesmo nenhum sentimento,
compaixão, às vezes até amor – isto porque, na mesma cultura, a expressão sem
coração está associada à ideia geral de ter a razão acima da emoção. A ideia de
que o coração (sentimento) é oposto ou antagônico à cabeça, ao cérebro
(entendimento) é muito própria da nossa cultura”.
Vejamos o que a Bíblia diz sobre faltosos de
coração ou pessoas sem coração:
“E vi entre os inexperientes, no meio dos jovens,
um rapaz sem juízo. Ele vinha pela rua, próximo à esquina de certa mulher,
andando em direção à casa dela”. (Provérbios 7.7-8)
“A sabedoria está nos lábios dos que têm discernimento, mas a vara é para as costas daquele que não tem juízo”. (Provérbios 10.13)
“A sabedoria está nos lábios dos que têm discernimento, mas a vara é para as costas daquele que não tem juízo”. (Provérbios 10.13)
“A insensatez alegra quem não tem bom senso, mas
o homem de entendimento procede com retidão”. (Provérbios 15.21)
“O homem sem juízo com um aperto de mãos se
compromete e se torna fiador do seu próximo”. (Provérbios 17.18)
Segundo o autor Fernando Leite, fica aqui bem
claro, a partir da análise do sentido dessas expressões (em negrito) que
indicam originalmente uma pessoa sem coração, que não se pode dizer, de maneira
alguma, que o coração, na psicologia judaica daquela época, era simplesmente
algo como o centro das emoções – ele era, na verdade, entendido como o centro
da vida (no todo); assim, uma pessoa dita sem coração era aquela que
demonstrava ser tola, não pensar antes de agir e não ter percepção (logo,
aquela que, sendo tola, poderia agir impensadamente, sem mesmo perceber estar
na verdade se destruindo).
Assim, se o nosso coração estiver afetado pela
amargura, além de causar-nos doenças psicossomáticas, as emoções negativas
terão poder de reduzir a nossa capacidade intelectual e bloquear, inclusive, o
fluir de Deus em nossa vida.
“Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus;
que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos.”
(Hebreus 12.15)
Trecho do livro “Protegendo o coração” de Josadak
Lima da Editora AD Santos.
Patrícia Donzele Cielo, o texto é muito bom e esclarecedor. Realmente, quando abalados emocionalmente nosso intelecto (coração) é prejudicado. Adorei! Beijo.
ResponderExcluirPoliana Borges
Que interessante, vale a pena aprender um pouco mais da Bíblia.
ResponderExcluirMatheus Santos Medeiros
como sempre maravilhoso!!!!!!
ResponderExcluirObrigada querida por compartilhar comigo.
ResponderExcluirAmei. Deus a abençoe hoje e sempre.
Fabiana Vargas