4ª Igreja do Evangelho Quadrangular - Catalão-Go-Brasil

quarta-feira, 27 de junho de 2012

"Graça" - A última palavra perfeita (Maravilhosa Graça - Philip Yancey)



Em meu livro O Jesus que Eu Nunca Conheci contei uma história verídica que muito tempo depois continuou me perseguindo. Eu a ouvi de um amigo que trabalha com pessoas marginalizadas em Chicago:

Uma prostituta veio falar comigo em terríveis dificuldades, sem lar, doente, incapaz de comprar comida para si e para a filha de dois anos de idade. Entre soluços e lágrimas, contou-me que estivera alugando sua filha — de dois anos de idade! — a homens interessados em sexo pervertido. Ela ganhava mais alugando sua filha por uma hora do que poderia ganhar ela mesma em uma noite. Tinha de fazê-lo, dizia, para sustentar o vício das drogas. Eu mal agüentava ouvir a sua sórdida história. Havia outra coisa, eu me sentia legalmente responsável — tenho de denunciar casos de abuso contra crianças. Mas naquele momento eu não tinha idéia do que dizer àquela mulher.
Finalmente, perguntei a ela se nunca havia pensado em ir a uma igreja para pedir ajuda. Nunca me esquecerei do olhar assustado que perpassou seu rosto. "Igreja!", ela exclamou. "Por que eu iria a uma igreja? Eu já me sinto terrível o suficiente. Eles vão fazer que eu me sinta ainda pior."

O que me feriu na história de meu amigo é que mulheres muito parecidas com essa prostituta procuraram Jesus, não fugiram dele. Por pior que uma pessoa se sentisse a respeito de si mesma, ela sempre procurava Jesus como um refúgio. Será que a igreja perdeu esse dom? Evidentemente, os desvalidos que recorriam a Jesus quando ele vivia na terra já não se sentem bem-vindos entre os seus discípulos. O que aconteceu?
(...)
O escritor Stephen Brown observa que um veterinário fica sabendo uma porção de coisas a respeito do dono de um cão — que ele não conhece — apenas olhando o animal. O que o mundo fica sabendo a respeito de Deus ao nos observar como os seguidores de Deus na terra? Busque as raízes da palavra graça no grego e você vai descobrir um verbo que significa "eu me regozijo, estou feliz". Em minha experiência, o regozijo e a alegria não são as primeiras imagens que vêm à mente das pessoas quando pensam na igreja. Elas pensam em santarrões. Pensam na igreja como um lugar para ir depois que tiverem endireitado as coisas, não antes. Pensam em moralidade, não em graça. "Igreja!", disse a prostituta, "por que eu iria lá? Eu já me sinto terrível. Eles vão me fazer sentir-me ainda pior".
(...)
Um conselheiro, David Seamands, resumiu sua carreira desta maneira:

Há muitos anos, cheguei à conclusão de que as duas causas principais da maioria dos problemas emocionais entre os cristãos evangélicos são estas: o fracasso em entender, receber e viver a graça e o perdão incondicionais de Deus; e o fracasso de distribuir esse amor, perdão e graça incondicionais aos outros... Nós lemos, ouvimos, cremos em uma boa teologia da graça. Mas não é assim que vivemos. As boas novas do evangelho da graça não penetraram no nível de nossas emoções.

 Trecho extraído do livro “Maravilhosa Graça” de Philip D. Yancey.

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